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COVID-19

Prefeitura, MP, ACIAR e empresários discutem reflexo da pandemia no comércio

Os participantes do encontro, em Registro, avaliaram que o lockdown não reduziu contaminações e mortes pela COVID 19

Publicado em 07/04/2021 às 01:01
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Durou mais de duas horas a reunião articulada pelo prefeito Nilton Hirota com representantes da ACIAR e dos movimentos #Trabalha Registro# e SOS Registro com o promotor de Justiça Daniel Porto Godinho da Silva, da 1ª Promotoria de Justiça de Registro. Os comerciantes falaram das dificuldades que enfrentam, demissões e falta de dinheiro para pagamento de salários. Após a reunião remota, realizada na tarde desta segunda-feira, 5 de abril, o promotor de Justiça demonstrou sensibilidade à causa dos comerciantes, mas revelou que a instituição que representa tem o papel de fiscalizador do cumprimento das políticas públicas.

O presidente da ACIAR, Daniel Muniz de Paulo, disse que desde o ano passado ACIAR tem feito tudo o que está ao seu alcance na tentativa de reabrir o comércio. Ele reafirmou que o pequeno comércio não aglomera, cumpre os protocolos sanitários à risca e está sendo penalizado. “Não consigo entender isso”, revelou, comentando que, fechadas, as pequenas e médias empresas sofrem concorrência desleal. “Tenho uma papelaria em frente das Lojas Americanas. Eu não posso vender papel sulfite mas as Lojas Americanas podem; a Delírio Perfumaria também está fechada mas as Lojas Americanas podem vender perfume”, criticou.

O presidente da ACIAR também voltou a defender que a prefeitura faça planejamento estratégico, para traçar o perfil do doente com COVID 19 e utilize o tratamento precoce. Ele reivindicou que a prefeitura autorize o take way (pega e leva), que permite aos clientes irem até a porta estabelecimento retirar seu pedido, além da abertura do comércio em sistema de rodízio.

Os participantes do encontro avaliaram que o lockdown não reduziu contaminações e mortes pela COVID 19. “O comércio está há um mês fechado e a pandemia só piorou”, resumiu Vitor Lessa, do #Trabalha Registro#.

Polyana Suzuki, do SOS Registro, revelou que 80% da economia do município giram em torno do comércio. Lembrou que algumas categorias de trabalhadores, como pedreiros e manicures, por exemplo, ganham por dia de trabalho e, parados, não têm como sustentar suas famílias.

A presidente do Sindicato dos Comerciários, Rosemeire Lara dos Santos Novaes, disse que tem acompanhado o desespero dos empresários, defendeu a abertura escalonada do comércio e afirmou e, desde o inicio da pandemia, tem se comprometido com a saúde dos trabalhadores. Ela ressaltou a necessidade de fiscalização intensiva nos bairros para evitar aglomerações e alertou para o aumento de casos de depressão.

Tanto a ACIAR como os demais movimentos reivindicaram participação no Comitê de Crise, criado pela prefeitura de Registro para orientar as ações durante a pandemia. A reivindicação foi bem recebida pelo promotor de Justiça.

SAÚDE - Nilson Rezende, diretor da DRS, que gerencia o SUS na região, rebateu críticas de que o governo do Estado nada fez para ampliar o número de leitos hospitalares. Segundo ele, no início da pandemia eram apenas dez leitos de enfermaria COVID na região, atualmente são 66; eram 12 leitos de UTI COVID, atualmente são 50 e outros dez leitos serão abertos nos próximos dias no Hospital Regional de Registro.

Ainda segundo o diretor da DRS, o grande problema é no atendimento de ponta. “Se não houver grande ação nos primeiros sintomas, não vai ter muito o que fazer a não ser usar leito de UTI”, afirmou ele, ilustrando com um fato: recentemente foram abertos dez leitos de enfermaria no hospital São João e estão lotados. Antes mesmo de abrirem outros dez leitos, tem 16 doentes na fila.

FALÊNCIA E DESEMPREGO – Os empresários relataram diminuição do número de postos de trabalho em suas lojas. Revelaram que os demitidos enfrentam dificuldades financeiras e depressão e, com sinceridade, que não tem mais de onde tirar dinheiro para cumprir com folha de pagamentos e as despesas fixas e variáveis de suas empresas. “E ninguém consegue acesso às linhas de crédito que o governo oferece porque está todo mundo com o nome restrito”, sintetizou Polyana Suzuki.

MINISTÉRIO PÚBLICO – O promotor de Justiça Daniel Godinho conduziu a reunião e, ao final, falou sobre o papel do Ministério Pública, e explicou que a instituição fiscaliza o cumprimento das políticas públicas. “O que estiver ao alcance da minha instituição será feito”, assegurou.

Cerca de trinta pessoas participaram da reunião, incluindo os secretários municipais Rafael Moraes (Governo) e Edson Gauglitz (Saúde), o presidente da Câmara, Gerson Teixeira, a gerente da ACIAR, Valda Arruda, e representantes dos deputados Samuel Moreira e Tenente Coimbra.

 

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