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Literatura

Livro escrito e ilustrado por quilombolas inspira atividades em escolas do Vale

‘Roça é Vida’ apresenta com força e poesia o trabalho coletivo do Sistema Agrícola Tradicional Quilombola, patrimônio imaterial do Brasil

Publicado em 20/05/2021 às 21:59
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É a primeira vez que um livro concebido e publicado por quilombolas da Região é utilizado como recurso didático nas escolas locais, resultado de uma aliança que uniu diretoria de ensino, coordenação pedagógica, professoras, professores, alunos e famílias quilombolas.

Adoção do livro atende legislação - A sequência didática elaborada pelos professores quilombolas atende a Resolução CNE/CEB nº 8, de 20 de novembro de 2012, que define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. E também atende a lei 10.639/2003, que obriga o ensino em escolas públicas e particulares da história e cultura afro-brasileira e africana.

As atividades foram desenvolvidas a partir das habilidades essenciais previstas no Currículo Paulista, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do Ministério da Educação.

‘Roça é Vida’ tem como tema principal a importância do Sistema Agrícola Tradicional Quilombola, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial do Brasil.

Em 48 páginas, a narrativa é guiada por personagens como a Tradição, a Fartura, a Experiência, o Êxodo, a Continuação, o Território, a Luta, a Resistência e a Esperança - elementos presentes no dia a dia das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira.

Luiz Marcos de França Dias, professor e um dos autores do livro, contribuiu para a elaboração da primeira sequência didática (clique para baixar), ou conjunto de atividades sobre a obra, para os alunos do ensino fundamental e médio da Escola Estadual Maria Antonia Chules Princesa.

A escola atende sete comunidades quilombolas: Nhunguara, São Pedro, Galvão, Ivaporunduva, André Lopes, Sapatu e Ostra. As atividades foram oferecidas aos alunos em fevereiro como principal proposta didática do primeiro bimestre. Eles levaram o material impresso para casa, e trabalharam os temas em família.

Segundo Carina Gonçalves Jacob Rodrigues, coordenadora pedagógica da escola, mais de 90% dos 169 alunos da escola fizeram as atividades.

“A família tem muitos saberes a serem compartilhados e precisam ser valorizados. É todo o conhecimento de uma comunidade, da história de uma sociedade”, afirmou Rodrigues. “Às vezes, os pais se veem em uma situação de não conseguir ajudar os filhos. Mas, ao contar como funciona o Sistema Agrícola Quilombola, transmitiram os saberes de várias gerações.”

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