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Desenvolvimento

Sutaco apoia o artesão tradicional do Vale do Ribeira

Com ações que integram o Programa Vale do Futuro, artesãos tradicionais contam com apoio do Governo do Estado de São Paulo

Publicado em 23/09/2021 às 09:04
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Gerar emprego e renda aos artesãos tradicionais do estado de São Paulo é o trabalho desenvolvido pela Sutaco (Subsecretaria de Trabalho Artesanal nas Comunidades), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Ações que estão em consonância com o Programa Vale do Futuro que tem o objetivo de levar desenvolvimento com sustentabilidade para a região do Vale do Ribeira.

Além de promover a inclusão produtiva dos artesãos, a missão da Sutaco é resgatar e divulgar as formas tradicionais de expressão cultural, ampliando as possibilidades de comercialização do artesanato produzido na região. O Vale do Ribeira é reconhecidamente o território que tem o maior número de artesãos tradicionais do estado e a ação da Sutaco muito pode agregar aos talentosos artesãos da região que lidam com cerâmica, argila, trançado de fibras de plantas locais (milho, bananeira, palmeiras da região, taboa) e entalhe e escultura em madeira.

Segundo Beatriz Freitas, coordenadora do Artesanato da Sutaco, entre os serviços que a instituição oferece está o cadastramento do artesão paulista que possibilita a identidade profissional como artesão no território do Estado e possibilita participar das feiras, exposições e eventos em todas as cidades paulistas. A Sutaco também emite a Carteira Nacional do PAB (Programa do Artesanato Brasileiro) e por meio de parceria com o Sebrae oferece orientação para gestão financeira, emissão de notas fiscais e gerenciamento do negócio. Além disso, a instituição oferece apoio na comercialização dos produtos em eventos próprios ou de terceiros e divulgação nas redes sociais e diversos canais, além da Vitrine do Artesanato Paulista, criada recentemente para expor e comercializar produtos pela internet (www.artesanatopaulista.com.br).

Beatriz conta ainda que a Sutaco dispõe de uma equipe de curadoria que possibilita conceder o título de mestre artesão àqueles que comprovadamente detêm uma técnica e disseminam seu conhecimento. Para ela, o grande desafio ao trabalhar com esse público tradicional é estabelecer contato. “Os artesãos, em grande maioria, vivem em comunidades afastadas das cidades e têm dificuldade de acesso aos serviços, especialmente neste período de pandemia em que quase tudo tem que ser feito de forma virtual. Para localizá-los desenvolvemos um trabalho em conjunto com as prefeituras que nos auxiliam nesse contato”, explica. Ainda assim, a Sutaco conseguiu ampliar o número de artesão no último ano, de 22 em 2020 para 68 em 2021, aumento de 209%, comemora a coordenadora.

O grupo Arte Looze, do município de Apiaí, é um exemplo de como o artesão da região pode se beneficiar. Formado por cinco integrantes, o Arte Looze, que produz artesanatos em cerâmica, é o primeiro grupo familiar reconhecido do estado de São Paulo. Tudo começou, no município de Bom Sucesso do Itararé, quando a d. Diná Looze passou a produzir peças em cerâmica, a partir do barro encontrado na região, para ter uma fonte de renda para subsistência. Sem técnica, apenas com seu talento e intuição transmitiu seu conhecimento à sua filha Jaqueline Looze e ao seu marido Aparecido da Silva Medeiros que produz peças nos horários em que está de folga do emprego. Loide e Moacir de Lima passaram a integrar o grupo quando se estabeleceram no bairro de Mineiros, em Apiaí.

Para Jaqueline, contar com o apoio da Sutaco fez toda diferença no desenvolvimento do negócio. “Sempre trabalhamos com artesanato em casa e vendemos para gerar renda para nosso sustento, mas nossa atuação era muito limitada. Depois que formalizamos nosso cadastro na Sutaco as coisas mudaram. Mantemos um contato constante e já recebemos algumas visitas da Beatriz para nos orientar. Pela primeira vez, uma lojista de São Paulo, que conheceu nosso trabalho em um evento que a Sutaco nos convidou, nos procurou e hoje é nossa cliente”, conta Jaqueline. Segundo ela, o desafio agora é criar condições para aumentar a produção. “Quase não temos peças em nosso ateliê para conseguir atender às demandas que estão surgindo”, comemora.

Por conta da pandemia e dos protocolos sanitários, o atendimento ao artesão acontece completamente de forma remota, desde o primeiro cadastro até informações diversas sobre artesanato, tudo através das redes sociais (Instagram: https://www.instagram.com/sutacoartesanato/ e Facebook: https://www.facebook.com/SUTACO) e do e-mail (sutaco@sde.sp.gov.br).

Para se cadastrar na Sutaco é necessário realizar o pré-cadastro no site http://artesanatobrasileiro.gov.br/acesso. Nesta etapa são solicitadas fotos dos produtos, dos instrumentos de trabalho e/ou do ateliê e também um vídeo de até cinco minutos que demonstre o processo produtivo da técnica que deseja cadastrar. A partir daí, a equipe técnica da Sutaco analisa a solicitação e encaminha por email as instruções que também ficam disponíveis na área do artesão. Todo o processo segue a Portaria 1.007/2018, em que é estabelecida a Base Conceitual do Artesanato Brasileiro.


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