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Empresária fala sobre autonomia aos deficientes visuais

Saiba mais sobre a história dos seis pontos que transformam vidas

Publicado em 04/01/2021 às 22:28
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Desenvolvido em 1825, o sistema de leitura e escrita braille é utilizado pelas pessoas com deficiência visual no mundo todo. O dia quatro de janeiro foi escolhido como Dia Mundial do Braille em homenagem ao inventor do método, que até hoje, alfabetiza e transforma vidas, Louis Braille.  

Uma dessas transformações aconteceu com Daniela Reis Frontera, que aos 23 anos recebeu o diagnóstico de uma doença degenerativa, a retinose pigmentar. Sem cura e sem tratamento, sua condição visual se agravou ao longo do tempo. Aos 43 anos, o braille entrou na vida da empresária para nunca mais sair. Determinada a conquistar autonomia e independência, Daniela procurou por um profissional ou instituição que a alfabetizasse no sistema.

E foi por meio da dificuldade de encontrá-los que nasceu o Enxergando o Futuro, um projeto gratuito, que ensina o braille a distância para alunos espalhados pelo país. “É uma data muito especial para nós do Enxergando o Futuro. Afinal, foi a partir dessa maravilhosa ferramenta de inclusão e autonomia que desenvolvemos uma metodologia própria e gratuita, que alfabetiza deficientes visuais pela plataforma online em todo o Brasil”, comemora a idealizadora do projeto que acaba de completar um ano.

Seis pontos revolucionários 

O sistema braille é composto por seis pontos, agrupados em duas filas verticais com três pontos em cada fileira. A combinação desses pontos forma 63 caracteres que representam o alfabeto convencional. Com eles também são formados símbolos usados na matemática, na música e na informática, por exemplo. Com o passar dos séculos, o método ganhou uma nova aliada: a tecnologia. Hoje em dia, impressoras especiais, computadores, celulares e tablets possuem programas de acessibilidade específicos que auxiliam no dia a dia da pessoa com deficiência visual.

Para Daniela, apesar de todos esses avanços, o braille ainda é uma excelente ferramenta de inclusão. “Poder ler também é uma forma de inclusão e o braille é o caminho para isso. Ele é a cartilha do deficiente visual, principalmente, das crianças que nascem cegas, que ao se alfabetizarem pelo método conhecem o mundo por meio desses pontinhos. Com o braille nós conseguimos ler um livro; uma caixa de medicamento; cardápios; rotular objetos. Existem etiquetas em braille para colocarmos nas roupas, que informam o tamanho e a cor das peças, facilitando as nossas escolhas. Enfim, com ele conquistamos a autonomia necessária para a nossa qualidade de vida. Só posso dizer que esse código universal, criado há tantos anos foi um divisor de águas na minha história. Hoje, eu ajudo a transformar outras vidas ensinando o mesmo método que transformou a minha.”


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