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Sobrinho de Bolsonaro é condenado por agredir namorada, em Registro

Durante uma festa, em 2020, Orestes Bolsonaro Campos, que tem 41, deu tapas, puxou o cabelo e a arrastou pelo chão a jovem que tinha 17 anos

Publicado em 14/09/2022 às 09:01
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A Justiça condenou Orestes Bolsonaro Campos, 41, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro (PL), por agressão a uma namorada, durante uma festa em Registro. O caso aconteceu em 2020. A jovem tinha 17 anos na época.

De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, Orestinho, como é conhecido o filho de Denise Bolsonaro, irmã do Presidente, deu tapas, puxou seu cabelo e arrastou pelo chão a então namorada Ana Caroline. Depois, na frente da casa, ele voltou a agredi-la até que ela conseguiu entrar no carro do ex-namorado e fugir. Ela afirmou que ficou com marcas na coxa e no joelho e um "galo" na cabeça.

Ana Caroline disse à Justiça que se relacionava esporadicamente com o sobrinho do presidente. Segundo ela, na festa, após ingerir bebida alcoólica, foi descansar em um quarto no qual estava seu ex-namorado Weisser Fabricio Felis da Silva. Ela afirmou que estava descansando, quando Orestes entrou no local, a viu e a acordou com um puxão de cabelo.

Ana Caroline disse que Orestes foi para cima do ex-namorado dela e outras pessoas separaram a briga. Ela e Weisser conseguiram correr e sair da casa, mas Orestes foi atrás e, na frente da residência onde ocorria a festa, agrediu a jovem novamente e ela caiu, e ele passou a arrastá-la pelo chão. Ela conseguiu entrar no carro do ex-namorado e foi para a delegacia, quando se submeteu a exame de corpo de delito.

Em depoimento, Weisser confirmou as agressões e a versão de Ana Caroline. Ele contou que também levou um soco e que o empresário chegou a quebrar o para-brisa do carro dele.

Orestinho negou a acusação. Ele disse na Justiça que, durante a festa, a jovem sumiu e ele a encontrou em um quarto, sem roupa, com o ex-namorado, que tentou agredi-lo e ele apenas se defendeu. Ainda segundo o sobrinho do presidente, Ana entrou na briga para defender o ex-namorado e acabou sendo empurrada.

Mas a juíza Barbara Donadio Antunes Chinen disse que as lesões constatadas pela perícia são incompatíveis com a versão apresentada pelo agressor e que as provas eram robustas para condená-lo.

"Quanto à conduta social, o réu não tem comportamento normal dentro da sociedade, uma vez que, já pela segunda vez, responde a um processo criminal em contexto de violência doméstica", afirmou a magistrada na decisão. Ela se referiu a outro processo no qual o sobrinho do presidente é acusado de tentar matar a ex-mulher e o atual namorado dela. 

Orestinho foi condenado pagar uma indenização de R$ 15 mil à jovem e a uma pena de quatro meses de detenção em regime inicial aberto, mas foi beneficiado com a suspensão condicional da pena. Ele ainda pode recorrer da decisão. "Foi uma vitória para as mulheres que são vitima de violência, seja ela física, moral, psicológica. Pretendemos recorrer da decisão, pois o valor ainda é baixo, ante as lesões que a vitima sofreu e está comprovado no processo", reconhece a advogada da vítima, Michele  Ramponi Godoy. 


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