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Debate

Conselho de Nutricionistas promove debate sobre o aumento da fome no Brasil

O objetivo do debate é ressaltar a importância da categoria no combate à fome e discutir a conjuntura ante o agravamento do quadro de insegurança alimentar

Publicado em 12/04/2021 às 23:04

O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) promove, no dia 15 de abril, às 19h, uma live para debater a volta da fome no Brasil e a atuação dos nutricionistas como agentes de transformação de cenários. A atividade será transmitida no canal do órgão, no YouTube (youtube.com/conselhofederaldenutricionistas).

O objetivo do debate é ressaltar a importância da categoria no combate a fome e discutir a conjuntura atual ante o agravamento do quadro de insegurança alimentar apontado pelas pesquisas realizadas pela Rede PENSSAN, no último dia 5, e a de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), divulgada em setembro de 2020.

A live terá a mediação da nutricionista Nancy Aguiar, vice-presidente do CFN, e participação de Daniel Balaban, da WFP/ONU; Regina Vasconcellos de Oliveira, do Coletivo SAN/RJ e Sandra Chaves, da Universidade Federal da Bahia (UBFA). Nomes de referência nacional nos estudos e trabalhos relacionados ao combate a fome e desnutrição no Brasil.

PESQUISAS

Em Setembro de 2020, o IBGE divulgou a pesquisa Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2016-2017), com o resultado de consultas em 68,9 milhões domicílios de todas as regiões do país. Os números impressionam negativamente: 36,7% (o equivalente a 25,3 milhões) estavam com algum grau de Insegurança Alimentar (IA). IA leve (24,0%, ou 16,4 milhões), IA moderada (8,1%, ou 5,6 milhões) ou IA grave (4,6%, ou 3,1 milhões).

Já na semana passada, foi a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) que divulgou um amplo estudo realizado entre 5 e 24 de dezembro de 2020, com abordagens em 2.180 domicílios nas cinco regiões do país, em áreas urbanas e rurais

Os resultados mostram que nos três meses anteriores à coleta de dados, apenas 44,8% dos lares tinham moradores e moradoras em situação de segurança alimentar.

Segundo a Rede PENSSAN, isso significa que em 55,2% dos domicílios os habitantes conviviam com a insegurança alimentar, um aumento de 54% desde 2018 (36,7%). Em números absolutos: no período abrangido pela pesquisa, 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos.

Desses 116 milhões, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave) e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave). De acordo com a Rede PENSSAN, o cenário não deixa dúvidas de que a combinação das crises econômica, política e sanitária provocou uma imensa redução da segurança alimentar em todo o Brasil.


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