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Cooperativismo

Mulheres na agrofloresta: mutirão, autonomia e diversidade de alimentos

Com apoio do Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira”, grupos de mulheres têm ajudado a implantar áreas de agrofloresta na Região

Publicado em 05/03/2019 às 23:31

As mulheres estão ajudando a difundir e a fortalecer o trabalho com agroflorestas na região do Vale do Ribeira.  Em grupos, e praticando o tradicional sistema de mutirão - em que famílias de agricultores/as se ajudam mutuamente na lida com as roças - as mulheres estão implantando, manejando e desenvolvendo os chamados Sistemas Agroflorestais (SAFs), método de agricultura que se inspira na natureza para produzir, combinando cultivos agrícolas e florestais na mesma área.

 

Na Cooperafloresta -  associação que reúne 78 famílias de agricultores/as agroflorestais dos municípios de Barra do Turvo (SP) e Adrianópolis (PR) e é reconhecida como uma referência nacional em Sistemas Agroflorestais Inspirados na Natureza -  há grupos de trabalho nos bairros que são tocados só por mulheres. Como é o caso do bairro Terra Seca, comunidade quilombola de Barra do Turvo, onde a mulherada dá o tom e dita o ritmo dos trabalhos.

 

Nas áreas de cada família, elas carpem, roçam, plantam, colhem, e também conversam, cantam, trocam mudas, sementes e ideias... “Sou apaixonada pela forma que na agrofloresta a gente trabalha com a terra. Acho que é porque a gente se preocupa bastante com a alimentação da família, não pensa só no aspecto financeiro. As mulheres pensam mais no futuro”, diz a agricultora Vanilda Aparecida de Souza Santos de Paula, 42 anos, associada da Cooperafloresta e há quase 20 anos cultivando alimentos em sistemas agroflorestais. “Com esse trabalho a gente pode alimentar melhor nossas famílias e ter renda com a venda dos produtos”, completa.

 

Com o Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira”, realizado pela Cooperafloresta e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, a associação tem levado a proposta de implantar agroflorestas  a outras comunidades tradicionais e de agricultores familiares do Vale do Ribeira. E as mulheres estão fazendo a diferença também nestas localidades. Tem sido assim no bairro Ribeirão, em Iporanga; no Itimirim, em Iguape; e no bairro Peropava, em Registro, entre outros municípios. 

 

“A gente se empolgou com a agrofloresta, por ser um modo de produção natural, que não utiliza veneno, e também porque queremos ter variedade e qualidade de alimentos na mesa e gostamos de preservar a natureza”, explica Edna Florindo da Silva, 45 anos, agricultora do bairro Ribeirão, de Iporanga. No local, sete famílias se engajaram na proposta levada pelo Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira”, em parceria com a CATI-EDR de Registro e a Associação de Moradores do local (Abrisa).

 

A meta do grupo – a maioria das áreas é tocada por mulheres – é oferecer refeições orgânicas e diversificadas aos turistas que visitam o bairro, usando os alimentos produzidos nas hortas agroflorestais. Além disso, elas pretendem oferecer vivências de agrofloresta aos visitantes,  já que os turistas também querem “colocar a mão na terra” e participar dos mutirões.

 

“Por causa da agrofloresta, hoje vejo a agricultura com outro olhar”, comenta Isabel Izidoro Cabral Gonçalves, 43 anos, agricultora da comunidade quilombola do Peropava, bairro do município de Registro, onde o trabalho também é feito em mutirão, fomentado pelo Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira” e com apoio da CATI-EDR de Registro, em parceria com a Associação Quilombola local. “Aprendi que a gente não precisa tirar nada da natureza para produzir. Ao contrário, é contribuindo com a natureza que a gente alcança mais e melhores resultados”. 

 

Na área coletiva do quilombo, seis mulheres se revezam na tarefa de implantar agrofloresta com as atividades da Padaria Artesanal que elas comandam no bairro desde 2011. O cultivo agroflorestal, iniciado no ano passado, já rendeu até ingredientes para a confecção de pães e outros quitutes da padaria. Com a marca “Afrovale”, a produção artesanal do Quilombo Peropava é comercializada em feiras e bairros da cidade de Registro.

 

Nas áreas recém-implantadas de agrofloresta dos bairros Ribeirão e Peropava, as mulheres e seus familiares já “tiraram” uma diversidade de hortaliças, além de feijão, milho, mandioca, amendoim,  entre outros alimentos. Motivadas com os resultados, elas estão agora preparando a terra - sempre em sistema de mutirão - para os novos plantios, os de outono.

 

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Serviço:

Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira”

Realização: Cooperafloresta - Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis –SP/PR

Patrocínio: Petrobras - Programa Petrobras Socioambiental.

Contato:

Cooperafloresta:

Estrada SP 552/230, km 29,5 – Bairro Bela Vista

Barra do Turvo – SP - CEP: 11955-000

Telefone: (15) 3577-1460

Site: https://www.cooperafloresta.com/

Facebook: https://pt-br.facebook.com/cooperafloresta.agroflorestar/

Instagram: https://www.instagram.com/cooperafloresta.agroflorestar/

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