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Cientistas da UFBA reduzem diagnóstico de coronavírus de 48h para 3 horas

Universidade Federal da Bahia tem equipamento é capaz de verificar se o material genético (RNA) da secreção respiratória contém o gene do coronavírus

Publicado em 17/02/2020 às 07:00
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O pesquisador Gúbio Soares com o novo equipamento que faz diagnóstico do corona em 3 horas (foto: Betto Jr./CORREIO)

Na última semana cientistas da Bahia descobriram um teste que detecta coronavírus em apenas 3 horas. 

O diagnóstico tradicional tem duração média de 48 horas. Com  essa redução no tempo de diagnóstico do novo coronavírus, para 3 horas é possível evitar de maneira mais prática que a doença se alastre.

A redução no tempo do diagnóstico foi possível devido a um equipamento da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O processo é o mesmo que foi capaz de identificar o zika vírus há cinco anos. 

O equipamento, que custa R$ 150 mil e foi importado dos Estados Unidos pela UFBA, é capaz de verificar se o material genético (RNA) da secreção respiratória de um possível infectado contém o gene do coronavírus.

O equipamento é chamado Real Timer e realiza um processo chamado RT-PCR.

Segundo o pesquisador e virologista Gúbio Soares, todo o processo, que confirma o diagnóstico, pode ser concluído em até três horas,“Esse equipamento faz uma reação que é capaz de identificar o material genético do vírus e é isso que os laboratórios utilizam para cravar o diagnóstico”.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), informou que atualmente, o processo de diagnóstico precisa ser confirmado fora do estado. As análises começam no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Salvador, mas precisam ser finalizadas no Rio de Janeiro. 

Este processo que pode ser realizado na UFBA é a forma mais eficiente para, atualmente, detectar um diagnóstico.  Segundo o pesquisador, “Ainda não existem testes imunológicos para detectar anticorpos contra o vírus porque ele é novo”.

O equipamento, que chegou à universidade no final de 2019, é uma versão ainda mais moderna do mesmo usado na identificação do Zika, em 2015.

A previsão é que o equipamento seja capaz de realizar a análise de 90 amostras por mês. A identificação, no entanto, ainda não foi realizada justamente pela falta de amostras circulando na Bahia. No estado só foram constatados dois casos suspeitos, no começo da epidemia de coronavírus, em janeiro, mas nenhum deles foi confirmado. Os casos suspeitos no estado seguiram o procedimento padrão da Sesab.

Atualmente, nove casos suspeitos são avaliados, nenhum deles na região Nordeste. 


Importância do diagnóstico rápido 

Para Clarissa Cerqueira Ramos, médica infectologista,“O diagnóstico mais rápido ajuda no lado da saúde pública. Para que as medidas de controle necessárias sejam tomadas com mais celeridade. E tem a questão dos custos de um isolamento também”, mas a redução no tempo de confirmação do diagnóstico não influencia no tratamento do doente, já que o Coronavírus é tratado com os mesmos parâmetros de outras doenças respiratórias e não há ainda qualquer medicamento ou vacina específicos para o novo diagnóstico. 

O procedimento padrão é colocar o paciente com suspeita em isolamento, justamente por conta das características de contágio da doença. Este isolamento gera custos para a unidade de saúde porque necessidade de diversos materiais para ser eficiente, tais como capas, luvas, e máscaras especiais. 

Quanto mais demorado for o processo de diagnóstico da doença, mais chances de se manter um paciente isolado sem a real necessidade, o que geraria custos extras no tratamento desse doente. 

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