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Projeto Estrada da Vida II discute estratégias de prevenção à IST/AIDS

Oficina acontece no dia 11 em Registro. Em roda de conversa será discutida também a responsabilidade social a partir de representações sobre a AIDS

Publicado em 09/12/2019 às 03:22
Atualizado em

Campanha é organizada por ONG de Registro (Foto: Divulgação)

Nesta semana, membros do Projeto Estrada da Vida II, executado pelo IDESC, com o Coletivo Loka de Efavirenz, apoio do Conselho Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Registro promovem oficina e roda de conversa: por uma socialização nas estratégias de prevenção às IST. O objetivo dessa oficina e roda de conversa é discutir a prevenção como responsabilidade social a partir de representações sobre a AIDS presentes no imaginário social.  

Em roda de conversa será discutida a responsabilidade social a partir de representações sobre a AIDS presentes no imaginário social. Na última década temos presenciado – ainda que muitas vezes somente por notícias distantes – o avanço de tecnologias de prevenção e tratamento ao HIV/AIDS, e ao mesmo tempo o crescimento das taxas de infecção pelo HIV e morte por AIDS, sobretudo entre a população negra e latino-americana. Isso deixa explicito o que grande parte do movimento social de AIDS mundial vem falando há décadas: o comércio de tecnologias não é prevenção!

Nessa oficina e roda de conversa se fará uma discussão da prevenção com a tentativa de desprendê-la de uma aplicação neoliberal de “comercialização” de tecnologias biomédicas. A noção de proteção a um perigo externo que desconsidera o caráter social da epidemia de AIDS também será trabalhada para a desconstrução de estigmas: a política do medo agrava a epidemia. O consumo dessa “proteção” que se afasta das noções de solidariedade política e cuidado para além das fronteiras imaginárias do “eu” leva à despolitização da prevenção e resulta em cuidado individual indiferente, indiferença promovida pelo necro-neolioberalismo.

O disparador das discussões será a realização de parte de um conjunto de oficinas de sexo seguro com base na obra “Fazendo arte com camisinha” da professora Vera Paiva, contextualizando sua elaboração na década de 1990 e as ações realizadas ainda hoje com jovens em escolas e profissionais de saúde em favelas da região sul e centro-sul de São Paulo. A partir disso, será realizada uma discussão sobre as noções que permeiam a cena sexual, assim como das possibilidades de intervenção social, interpessoal e programática com base nos princípios dos direitos humanos, sobretudo no que envolve a vulnerabilização histórica e social pelo racismo, pobreza, misoginia, orientação sexual, migração e imigração, dentre outros fatores sociais de violência e negligência. Isso será feito para uma reflexão coletiva do grupo sobre a prevenção como um conjunto de perspectivas e ações que considerem e envolvam fatores para além da individualidade.

A atividade será dividida em duas partes de 2h30min cada:

1º Parte terá início às 9h30 e finalização às 12h

Os assuntos a serem abordados nessa primeira parte serão:

    • AIDS: preconceito e estigma;

    • O que é prevenção: tecnologias para além da receita médica;

    • Corpo sexual e reprodutivo;

    • Discussão sobre acesso a insumos de prevenção;

    • Juventude e prevenção.

2º Parte terá início às 13h30 e finalização às 16h

Os assuntos a serem abordados segunda parte serão:

    • Acesso a serviços de atenção à saúde sexual e reprodutiva no território;

    • Saúde sexual e reprodutiva: um direito humano;

    • AiD$: uma epidemia social;

    • O que tem a ver a AIDS com o racismo, machismo e LGBTfobia e outras preconceitos?

    • O que tem a AIDS a ver comigo? Uma conversa sobre o trabalho da coletiva Loka de Efavirenz.

Facilitador: Marcelo Jardim dos Santos

Duração prevista para a oficina: 2h30

Duração prevista para a roda de conversa: 2h30

Data de realização 11 de dezembro de 2019

Sobre o facilitador:

Marcelo Jardim dos Santos é bacharel em Psicologia pela Universidade de São Paulo, pesquisador em prevenção e promoção da saúde no campo da sexualidade pelo Núcleo de Estudos de Prevenção à AIDS (NEPAIDS) e membro da coletiva de Efavirenz.

Desde 2015, realiza intervenções em escolas públicas para prevenção ao HIV/AIDS baseadas no quadro da vulnerabilidade e direitos humanos, com especialização em intervenção comunitária com jovens em escolas públicas para prevenção ao HIV e à AIDS e outras IST. Também já trabalhou em projetos comunitários em parceria com ONG e União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis (UNAS) para a formação de jovens em prevenção combinada na perspectiva da educação entre pares.

Como membro da coletiva Loka de Efavirenz, tem funções de coordenação de projetos e promove discussões acerca da importância de se pensar a prevenção a partir de noções de solidariedade e não do medo. Com experiência enquanto uma pessoa que vive uma relação sorodiscordante com uma travesti também pauta as discussões sobre a AIDS enquanto uma epidemia social.


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