O Ministério da Agricultura discutiu, nacionalmente, em Registro, alternativas para evitar a entrada da Fusariose da Bananeira - FOC R4T, conhecida popularmente como “Mal do Panamá”. Essa forma mais agressiva do fungo ainda não está presente no País, mas a preocupação é constante por se tratar de uma das doenças mais destrutivas da bananeira, conforme os especialistas.
O fungo, que provoca a Fusariose da Bananeira - FOC R4T, foi o tema do seminário realizado no dia 4 de setembro, no SENAC em Registro, e reuniu especialistas em nível mundial para discutir vários aspectos que envolvem a doença. O seminário foi promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária e Departamento de Sanidade Vegetal, sob a Coordenação Geral de Proteção de Plantas.
O evento, que teve o apoio e organização da ABAVAR - Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira, discutiu a situação global, presente, passado e futuro; estratégia global e regional para a prevenção da raça 4 tropical da Fusarium; opções de manejo; bananicultura brasileira, fatores de predisposição para a entrada e dispersão de pragas; vigilância fitossanitária no Brasil e Manual de Implementação do PNC para Raça 4 Tropical.
Participaram desse evento o presidente da Abavar Ezio Borges, associados e bananiculturores de vários estados do Brasil, como Santa Catarina, Minas Gerais e Espírito santo.
Os palestrantes foram: Miguel Dita, Embrapa, Brasil; Dr. Carlos Urias Morales, de El Salvador; Fernando Haddad, Embrapa Brasil; Luiz Teixeira, IAC e Paulo Parizzi, do MAPA.
Consequências - A R4T do fungo consegue infectar as cultivares do subgrupo cavendish que até então estavam livres da Fusariose. A principal via de dispersão internacional da FOC, incluindo a R4T, é por meio do transporte de material propagativo infectado (muitas vezes assintomático) destinado a plantio, ou seja, a principal firma de dispersão desse fungo é por meio de mudas originárias de locais com sua presença.
Outra via de dispersão é através de solo originário das áreas infestadas com o patógeno, que é transportado em contêineres, em substratos de mudas de plantas, produtos vegetais, máquinas e implementos agrícolas e animais (incluindo pessoas). O fungo pode permanecer viável por até 30 anos em solo e em restos de plantas contaminadas.
Viajantes promovem a dispersão do fungo de duas formas. Por meio de solo contaminado, aderido a calçados e roupas de pessoas que visitam os países ou regiões onde a FOC R4T já está presente. E por meio de peças de artesanato (ex: sandálias, toalhas de mesa, papel artesanal, embalagens, redes, etc) elaboradas a partir de partes de plantas de bananeira e outros hospedeiros já contaminados.
A Raça 4 Tropical (R4T) de Foc, mais agressiva que a raça 1, foi inicialmente identificada na década de 1990, no sul da Ásia e está presente em 13 países. Desde essa época, já destruiu mais de cem mil hectares de bananeiras, principalmente na Indonésia, nas Filipinas e na China. Estima-se que mais de 80% da banana produzida no mundo seja vulnerável ao ataque da R4T. Desta forma, atualmente esta raça se constitui na maior ameaça à bananicultura mundial.