Já em Peruíbe, após travessia sobre o Rio Una, deu-se início aos 42 km de percurso. O primeiro trecho é de praia até o marco do achado da imagem onde todos puderam descansar, lanchar e participar da Missa celebrada pelos padres Arenildo e Fridianus Ati. Um momento de entrega e devoção, ponto principal da peregrinação.
O segundo trecho foi em trilha em mata fechada até a segunda travessia de barco, desta vez sobre o Rio Verde. Do outro lado da margem, o morro da Trilha do Imperador. O tempo (nublado) colaborou e o terreno não estava argiloso, o que não dificultou as muitas subidas e descidas de pedras, tudo dentro da Reserva Ecológica Juréia-Itatins, até o Costão da Juréia. Para concluir o percurso, depois do morro, ainda foi necessário caminhar cerca de quatro quilômetros pela praia da Juréia. Certamente uma experiência única para cada participante e a bela paisagem compensou todo e qualquer desgaste físico.
Parabéns à comissão organizadora, bombeiros e enfermeiros da equipe de apoio, a parceria do Instituto Florestal Estadual; Parque Juréia-Itatins/IBAMA Peruíbe e a todos que não mediram esforços para manter a tradição da Romaria, que não tem caráter político, nem visa lucro. O objetivo é exclusivamente religioso e refaz o caminho do achado da imagem do Bom Jesus de Iguape, a quem os católicos creem na pessoa DELE, representada pela imagem.
A devoção no santo é tamanha que destaca o município como o segundo maior centro de peregrinação do Estado de São Paulo e reforça a vocação religiosa da cidade, que está em Festa desde o domingo 28/07 com o início da primeira novena. Na próxima segunda-feira, dia 05, tem procissão da padroeira Nossa Senhora das Neves e na terça-feira, 06 de agosto, o grande dia, procissão do Senhor Bom Jesus de Iguape.
Resistência:
No segundo trajeto da romaria os participantes foram abordados por locais e apoiadores para assinatura de um abaixo assinado contra a decisão do Estado da retirada dos moradores, após a demolição de duas casas e despejo de famílias tradicionais, no dia 04 de julho. O juiz da 1ª Vara Judicial da Comarca de Iguape, Excelentíssimo Guilherme Henrique dos Santos Martins, que concedeu liminar favorável aos caiçaras, no dia 12/07, para que a Fundação Florestal e o Estado não demolissem uma terceira casa, estava no grupo da romaria e pôde ver “in loco” a situação das famílias que ajudam a preservar o lugar e a cultura. A Reserva da Juréia-Itatins é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade e é considerado o maior espaço de Mata Atlântica, no Brasil e no mundo!
