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Agrofloresta

Seminário regional destaca agrofloresta como alternativa sustentável de produção

Esse foi um dos fios condutores dos debates no I Seminário Regional sobre Sistemas Agroflorestais e Sustentabilidade do Vale, que aconteceu em Registro

Publicado em 02/07/2019 às 08:08

Os sistemas agroflorestais (SAFs) – ou agroflorestas - são uma alternativa viável de produção sustentável de alimentos agroecológicos para o Vale do Ribeira, região que abriga expressivos remanescentes de Mata Atlântica e possui um rico patrimônio sócio-cultural-ambiental. E a construção dessa alternativa produtiva independe do tamanho das áreas, se grandes ou pequenas, ou da escala de produção nas agroflorestas: o que importa é a necessidade cada vez mais urgente e crescente de evolução para um modelo de agricultura sustentável, que saiba observar e imitar os processos da natureza para garantir alimentos mais saudáveis às comunidades e à população em geral. 

Esse foi um dos fios condutores dos debates no I Seminário Regional sobre Sistemas Agroflorestais e Sustentabilidade do Vale do Ribeira, que aconteceu dia 26 de junho, na cidade de Registro, na sede da Associação Nipo-Brasileira de Registro (Bunkyo), reunindo mais de 200 pessoas, entre agricultores/as familiares, quilombolas, produtores rurais, indígenas, caiçaras, pesquisadores, professores, estudantes, representantes de organizações não governamentais e de órgãos públicos da região do Vale do Ribeira e profissionais de diversas áreas interessados no tema.

Realizado pela Cooperafloresta como uma das ações do Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira”, o seminário teve a parceria do EDR-Registro-Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS-CATI), Unesp de Registro, Casa da Agricultura de Registro, Instituto Florestal, Prefeitura Municipal de Barra do Turvo, Prefeitura Municipal de Registro, APTA-Vale do Ribeira, Bunkyo de Registro, Associação Nipo-Brasileira do Bairro Raposa, Associação Paulista de Extensão Rural (Apaer), Sindicato dos Servidores da Embrapa e Sesc Registro. O Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira” é realizado pela Cooperafloresta e patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

“A agrofloresta mudou a vida de muitos pequenos agricultores da nossa região”, ressaltou o agricultor quilombola Oraci de Paula Bandeira ao dar as boas-vindas ao público. Associado da Cooperafloresta-Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis, ele contou um pouco da história da associação, desde quando os sistemas agroflorestais foram iniciados no município, mais de 20 anos atrás, como uma forma de melhorar as condições de vida dos pequenos agricultores locais. Na mesa de abertura também estiveram Mário Terashima (Associação Nipo-Brasiliera do Bairro Raposa – Sete Barras), Eduardo Zahn (EDR-Registro), Luiz Arruda (Secretário Municipal de Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente de Registro); e Antônio Marchiori (Casa da Agricultura/Ubatuba e Associação Paulista de Extensão Rural).

Durante o seminário, as apresentações focaram as estratégias de implantação e manejo de sistemas agroflorestais, a importância da extensão rural e das pesquisas em SAFs e o uso de tecnologias em sistemas agroflorestais. Como palestrantes participaram Artur Danton Lima (Projeto Agroflorestar: Vale do Ribeira/Cooperafloresta); Marcos Bernardes (ESALQ/USP-Piracicaba); Michinori Konagano (CAMTA-Tomé-Açu/PA); Roberto Pini (Fazenda São Pedro/Cananéia); Joel Queiroga (Embrapa Meio Ambiente/Jaguariúna); Antônio Marchiori (Casa da Agricultura/Ubatuba); Osvaldo Luis de Sousa (engenheiro agrônomo especialista em SAFs). Como mediadores dos debates participaram Eduardo Soares Zahn (EDR de Registro/CATI); Taís Canola (EDR-Registro/CATI); e Francisca Alcivânia de Melo Silva (Unesp de Registro).

“Os SAFs são alternativa de produção não apenas para o Vale do Ribeira, mas para o mundo. Cada lugar com sua cultura e característica, mas tendo no SAF um guia para a sustentabilidade, porque nele os produtores têm renda em curto, médio e longo prazo e ajudam a preservar o meio ambiente”, disse Michinori Konagano, que apresentou aos participantes a trajetória de sucesso com sistemas agroflorestais vivida pela Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu, no Pará. “Parabenizo o trabalho da Cooperafloresta, onde os principais atores do processo são os próprios agricultores. O evento ajuda a fortalecer essa ideia da agrofloresta pela região”, disse.

O coordenador do Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira”, Artur Dalton Lima, apresentou os resultados alcançados até agora pelo projeto e também debateu as estratégias utilizadas pela Cooperafloresta para fortalecer os SAFs, lembrando que além das espécies-chave utilizadas e formas de cultivo e manejo, também fazem parte dessas estratégias a organização das famílias agricultoras em mutirões e em torno da associação/cooperativa, apoio na assistência técnica, capacitações contínuas, elaboração e execução de projetos (como o patrocinado pela Petrobras), beneficiamento dos produtos para ampliação do mercado e, principalmente, “o foco na melhoria da vida das pessoas”.

Feira de Sementes, Mudas e Produtos Agroecológicos

Nos intervalos das apresentações, o público pode apreciar a diversidade da produção agroflorestal, artesanal e agroecológica vinda de diversos grupos, comunidades e municípios do Vale do Ribeira. Na Feira de Troca de Sementes e Mudas e Produtos Agroecológicos, instalada na rua em frente ao Bunkyo de Registro, foram expostos e comercializados produtos da Afrovale-Padaria Artesanal do Quilombo Peropava (Registro); das comunidades indígenas Guarani M´bya (Cananéia, Iguape e Pariquera-Açu); da agroindústria “Frutos da Vida” da Cooperafloresta; da Rede Ecovida; da Associação do Bairro Raposa (Registro e Sete Barras); da Associação dos Moradores do Bairro Ribeirão-Abrisa (Iporanga); e do Sítio Agroflorestal Bela Vista (Cananéia).

Em meio a tanta sociobiodiversidade, não poderia faltar uma apresentação cultural no evento. A atração ficou por conta da Trupe Caracol, de Cananéia, que trouxe a peça “Como surgiram as sementes”, inspirada em um conto do povo indígena Ñambiquara, no qual um menino-criança, com sua coragem, intuição e amor fez surgir uma roça para alimentar seu povo.

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Serviço:

Projeto “Agroflorestar: Vale do Ribeira”

Realização: Cooperafloresta - Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis –SP/PR

Patrocínio: Petrobras - Programa Petrobras Socioambiental.

Contato: Cooperafloresta

Estrada SP 552/230, km 29,5 – Bairro Bela Vista

Barra do Turvo – SP - CEP: 11955-000

Telefone: (15) 3577-1460

Site: https://www.cooperafloresta.com/

Facebook:https://pt-br.facebook.com/cooperafloresta.agroflorestar/

Instagram: https://www.instagram.com/cooperafloresta.agroflorestar/

 

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