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Opinião

A crise da Saúde em Registro não é uma crise: é projeto. Mas há solução

...Na verdade, os serviços de saúde estão sendo destruídos intencionalmente, em especial na administração da UPA e na terceirização de procedimentos...

Publicado em 05/04/2024 às 15:48

A saúde em nossa cidade enfrenta desafios significativos nos últimos anos, mas rotular essa situação como "crise" é uma simplificação inadequada. Na verdade, os serviços de saúde estão sendo destruídos intencionalmente, em especial na administração da UPA e na terceirização de procedimentos nos postos de saúde. Isso transcende uma simples falha: é um plano impulsionado por interesses privados que buscam distorcer o propósito do Sistema Único de Saúde (SUS) e minar sua credibilidade, enquanto estimulam a adesão a planos de saúde particulares.

As organizações sociais de saúde (OSS) têm acarretado uma série de proble-mas na gestão dos serviços de saúde, desde a falta de transparência na ges-tão dos recursos até a degradação da qualidade do atendimento do SUS. A busca pelo lucro por parte dessas organizações tem resultado em reduções de custos que comprometem a qualidade e eficácia dos serviços, deixando os pa-cientes enfrentando extensas filas de espera, escassez de medicamentos e equipamentos essenciais, e profissionais sobrecarregados e mal remunerados. É o que vivenciamos ou na própria pele ou na pele de conhecidos, na UPA de Registro.

Esse quadro alimenta o assistencialismo: o propósito é deteriorar a saúde ao ponto de as pessoas se sentirem obrigadas a solicitar "favores" de agentes públicos em troca de apoio eleitoral: é assim que muitos políticos se perpetuam no poder. Essa condição da saúde em nosso município ultrapassa uma mera crise temporária, tornou-se uma realidade impulsionada por interesses privados que prejudicam nosso direito à saúde: não podemos aceitar que esse direito seja tratado como mercadoria de péssima qualidade.

É crucial que se realize uma prestação de contas mais transparente e uma re-visão exaustiva das práticas de terceirização que afetam o direito à saúde, além de uma auditoria completa nos contratos da UPA. Desta forma podere-mos assegurar que o direito à saúde seja priorizado e não submetido às capri-chosas decisões viciadas pela fome do dinheiro e do poder.


Jefferson Pécori Viana é professor de Geografia na Rede Estadual de Educação e no Super 10 Cursos.

Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Representou o Brasil na ONU, durante o Fórum Mundial da Juventude, organizado pelo "Academic Impact" das Nações Unidas, nos Estados Unidos, em 2015.

Representou o Brasil nos BRICS, durante o Encontro de Jovens Cientistas, na Rússia, em 2015. Participou de dois intercâmbios acadêmicos: na Universidad de Sevilla, em Sevilla (Espanha) e na Universidad Mayor, em Santiago (Chile).

Já visitou os seguintes países: Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra, Cuba, Venezuela, Equador, Peru, Colômbia, Bolívia, Chile, Uruguai, Portugal, Gibraltar, Holanda, Espanha, Bélgica, Polônia, República Checa, Itália, Rússia, Marrocos, Egito, Jordânia, Israel e Palestina.

Comentarista da Televisão RT en Español, desde 2022.

Pesquisador do IDESC, desde 2022.

Coordenador do Cursinho Popular do IDESC, desde 2018.

Ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde de Registro (2022-2023).

Delegado da Conferência da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (2019).

Foi assessor parlamentar da Vereadora Sandra Kennedy (2018-2020).

Foi professor no Instituto Federal de São Paulo - Campus Registro (2022).

Foi revisor da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), 2018-2022.


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