Pensando nas pessoas que morreram soterradas em razão das chuvas que atingiram a Baixada Santista, em especial o Guarujá. Eram pessoas pobres. Ali a gente viu o heroísmo e a solidariedade dos bombeiros e dos sobreviventes, mas viu, também, a falta de uma política habitacional séria, que dê as pessoas oportunidade de construir sua casa num lugar seguro.
Isso me levou a pensar num outro grande problema do Brasil: a corrupção, que gera desigualdade e injustiça social. Afinal, dinheiro público deveria ter apenas um caminho: a prestação de serviço público de qualidade em todos os setores – saúde, educação, saneamento, promoção social, etc.
De acordo com o ranking Transparência Internacional, entre os 180 países mais corruptos do mundo, o Brasil fica em 108ª colocação, sendo o mais corrupto da América do Sul. Triste, não é?
Acredito que a precariedade no nosso sistema educacional seja um dos pilares da corrupção pois a educação dissemina valores pessoais e sociais importantes para a construção de justiça social.
E a corrupção não é apenas na esfera pública onde a Operação Lava Jato, por exemplo, conseguiu recuperar nos últimos anos cerca de R$ 12 bilhões de dinheiro público que foi parar em contas particulares de agentes públicos (presidentes, governadores, secretários de Estado, etc.). O cidadão que conquista uma casa popular, vende e volta a morar em área de risco, por exemplo, também está praticando corrupção.
Por isso defendo o fortalecimento da educação desde o primeiro ano do ensino fundamental. Eu não tenho dúvida que são as crianças e os adolescentes, com acesso à educação de qualidade, que construirão um mundo com justiça social e oportunidades para todos.
Ana Paula Takiute é formada em Gestão Publica, Pedagoga, com especialização em Psicopedagogia, Educação Especial, Metodologia e atualmente administra a Clínica Takiute
* "O artigo não expressa necessariamente a opinião deste periódico"