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Exigimos respeito!

Vimos, coletivamente e em luta, lutando contra o machismo, a misoginia e por direitos e avançamos em muitas conquistas

Publicado em 08/03/2020 às 00:22

Ao longo deste tempo vimos lutando arduamente por uma sociedade que garanta direitos iguais entre homens e mulheres, contra o machismo, por respeito e, de uma forma mais ampla, pela construção de uma sociedade mais justa e solidária. 

Enfrentamos a luta por condições dignas de trabalho num contexto precaríssimas condições de trabalho no período da revolução industrial, quando a jornada de trabalho da mulher trabalhadora chegava a 13 horas diárias.

Lutamos pelo direito de votar. Sim! Por absurdo que pareça, éramos consideradas incapazes de votar até 1946. Em 1932, com Getúlio Vargas conquistamos o direito de votar nas eleições nacionais. Entretanto, apenas as mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras e com renda própria podiam votar!!!

Lutamos pelo direito a estudar, de ter uma profissão. Éramos sempre consideradas “do lar”. A primeira mulher engenheira no Brasil se formou em 1918 e sabemos o quanto as mulheres tiveram que fazer suas batalhas para que pudessem estudar.

Lutamos contra à violência. No Brasil uma mulher é assassinada a cada duas horas e um estupro acontece a cada 11 minutos!!!

Lutamos contra o machismo, em nossas casas, trabalho e esquinas.

Vimos, coletivamente e em luta, lutando contra o machismo, a misoginia e por direitos e avançamos em muitas conquistas.

Mas infelizmente hoje no Brasil, neste Dia Internacional da Mulher de 2020 temos que levantar uma bandeira que jamais pensei que precisássemos lutar: POR RESPEITO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA POR NÓS MULHERES.

Nunca um presidente foi tão vulgar com uma mulher. Nunca um presidente da República desrespeitou tanto as mulheres em toda nossa história!

A violência das palavras de um chefe de Estado repercute em toda a sociedade. Não um homem qualquer que nos agride com seu machismo quando nos mede por nossa aparência física e não pelas nossas ideias, quando nos humilha e desrespeita. Infelizmente é o presidente do país.

São inaceitáveis frases como por exemplo:

“Tenho quatro filhos, na quinta dei uma fraquejada e veio uma mulher”

“Jamais ia estuprar você porque você não merece”

“Eu não empregaria uma mulher com o mesmo salário que os homens, embora tenha muita mulher que é competente”

Ou quando ofende a honra de uma mulher (jornalista) quando usou de insinuações de cunho sexual e deboche para desmantelar a honra de uma profissional, dizendo que “ela queria dar o furo a qualquer preço” contra ele, em evidente conotação sexual.

A forma de pensar se concretiza nas ações. Todas as políticas públicas criadas para a Mulher nos governos Lula e Dilma foram desmanteladas. Acabou o financiamento para as Casas da Mulher Brasileira, para os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), dificultou a aposentadoria, pôs fim ao direito à moradia com o “Minha Casa Minha Vida” que garantia moradia a mulher, entre dezenas de outras políticas públicas.

Chega!

Nós mulheres exigimos respeito. Nós não vamos abrir mão de nossos direitos.

Chega deste disparate de governo que embora levante a defesa da família não é capaz de respeitar a mulher (que nesta família pode ser a mãe, filha, avó, esposa). Que embora evoque a “Deus acima de tudo” não é capaz de demonstrar nenhum gesto, projeto ou ação de governo que tenha por base os princípios cristãos.

Nós mulheres não vamos aceitar a retirada dos direitos conquistados.

Aqui em Registro não é muito diferente.

Fantin/Hirota acabaram com o CRAM, com o Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres, com a Coordenação de Políticas para as mulheres e, para piorar ainda mais para comemorar o Dia Internacional da Mulher desde ano o Fantin/Hirota, através do CEREST, quer contratar por 12 mil reais (!!!) uma palestra para as mulheres trabalhadoras (?!).

Exigimos respeito!


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